Uma viagem pelo colorido outono…
As folhas secas do outono voaram até à nossa sala e espalharam-se pelas paredes, fizemos como na Canção da Árvore da Montanha, numa das paredes, lá mais para cima: escondemos passarinhos no meio delas e acrescentamos um novo acessório ao nosso mobiliário para ser possível espreitar, algo que já fazia sentido devido às nossas novas habilidades motoras! Escadote para trepar ou uma pretensa rampa de saltos???
A verdade é que, para os caminhantes que já se sentam e levantam, sobem e descem quando querem, à medida que o equilíbrio se estabelece a exploração do mundo ganha uma nova perspetiva.
Outras das folhas que o vento, que observamos pela grande janela da sala e nos deixa, por vezes, curiosos nestes dias de temporal em que tudo parece mexer no nosso parque, detiveram-se num cesto, que certo dia se encheu com outras coisas de outono: uma abóbora Hokkaido oferecida pela família de uma pequena agricultora do nosso grupo e frutos de outono: castanhas, peras, maçãs, dióspiros e romãs!
Frutos de texturas e cores diferentes, que alguns dos nossos exploradores comilões logo resolveram provar, mas no meio dos frutos sobressaía aquela abóbora avermelhada e redondinha na qual fizemos surgir uma cara um pouquinho assustadora… Mote para a época que se avizinhava e para a nossa primeira caminhada em grupo com música a condizer pelos corredores da Floresta Mágica para a apresentar às outras salas.
O Cesto do outono ainda vai trazer mais surpresas… algo de que nos desperta a atenção, sempre que as atividades que realizamos nos são apresentadas com aquele efeito mágico estilo “Abracadabra!”.
À nossa nova amiga "Cabecinha de Abóbora Assustadora”, associamos uma música, que usamos no “Toca a Ginasticar” das nossas quintas-feiras de manhã, o nosso momento mais dedicado à atividade física, e onde tentamos observar mais atentamente o desenvolvimento motor de cada um dos nossos viajantes exploradores e planificar atividades impulsionadoras de novas conquistas nesta área.
Há sempre um grupo mais ativo, outro que observa para depois tentar e aqueles que precisam do apoio do adulto para iniciar. Por vezes é uma fila animada com estilos muito próprios, de acordo com o desenvolvimento de cada um e, também, com brincadeiras junto ao espelho, para observarmos o nosso corpo e a nossa imagem.
Pelo meio há sempre uma conversa, num quase diálogo de acordo com o desenvolvimento linguístico de cada um a florescer, mas revelador de que já apreciam o convívio social!
E por falar em apreciar… algo que as nossas decorações de Halloween revelaram foi que há quem goste mesmo de tinta, mas há também quem não lhe agrade a textura da tinta nas mãos, mesmo que nesse momento se tente distraí-los falando das cores e das nossas descobertas e/ou ouvindo música. Tempo haverá para experimentarmos outros materiais, pois pintar com os dedos é uma das formas de expressão criativa que mais satisfação emocional proporciona às crianças pequenas. Ajuda-as a fortalecer os músculos das mãos e dos dedos e a aprender, em primeira mão, como se misturam as cores. Cores essas que chegaram à Ilha do Desconhecido e vestiram a tripulação presente, que não se ficou pelo tradicional preto e atracou para uma aventura num lugar assustadoramente divertido!
Uns revelaram o seu lado aventureiro, outros um lado mais receoso e inquieto perante a diversidade de personagens que surgiam diante dos nossos olhos sempre curiosos, mas que, por vezes, precisam de se esconder num colinho seguro. Um Capitão Sem Medo que também foi Super Herói da Água e nos deixou com a nossa primeira missão, mas que, neste caso, a percebeu perante o rol de personagens que desfilaram naquele seu sonho que medo todos temos e que, afinal, o mais importante é saber lidar com ele, basta dizer: “Medo, medinho, vais ficar bem pequenino!”.
E de surpresa em surpresa voltamos, depois dos dias em que a nossa sala virou um jogo de enigma a condizer com as personagens de que, nós adultos da sala, nos disfarçamos, ao Cesto do Outono, e logo provamos:
- o dióspiro, que até tem a mesma cor que a nossa “Abóbora Assustadora”, mas que é mole (sim, é verdade que lhe enfiamos logo os nossos dedinhos curiosos), e que soube bem melhor na boquinha!
- a romã, de consistência mais dura, mas com pequenas contas brilhantes, cuja experiência sensorial terminou no momento da sobremesa, para alguns foi apenas o tocar e experienciar, para outros fez mais sentido o comer... E que bem que soube!
Foi essa a mensagem que nos deixou aquele Super Herói de capa verde e fita azul: devemos comer tudo e evitar o desperdício, pois em tudo há um pouco de água, um bem essencial à vida! Vamos crescer a tentar cumprir a nossa missão, por isso, não desperdices e salva o planeta!
Seguimos para novas viagens!
Um abraço!
A Equipa da Sala de 1ano,
Tuxa e Gabriela